segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Mitrídates VI

Mitrídates VI(132–63 a.C.),
chamado Eupátor Dionísio, também conhecido como Mitrídates, o Grande, foi rei do Ponto de 120 a 63 a.C. na Anatólia e um dos mais formidáveis e sucedidos inimigos de Roma, havendo enfrentado três dos melhores generais romanos da baixa República.
Após conquistar a Anatólia ocidental em 88 a.C., Mitrídates ordenou a execução de todos os habitantes romanos da área.
O massacre de 100 000 homens, mulheres e crianças romanas foi a causa imediata do confronto com Roma.
Durante a Primeira Guerra Mitridática (88 a 84 a.C.), Lúcio Cornélio Sula expulsou Mitrídates da Grécia mas viu-se forçado a retornar à Itália para enfrentar a ameaça de Caio Mário; a derrota de Mitrídates não fora, portanto, definitiva.
Aproveitou a paz celebrada entre Roma e o Ponto para recuperar as suas forças e, quando Roma tentou anexar a Bitínia, Mitrídates atacou com um exército ainda maior, no que viria a ser a Segunda Guerra Mitridática(83 a 81 a.C.). Em sucessão, Roma enviou Lúculo e Pompeu para enfrentá-lo; este último derrotou-o afinal na Terceira Guerra Mitridática (75 a 65 a.C.).
Mitrídates refugiou-se na cidadela de Panticapaeum e suicidou-se.

Retrato de Mitrídates VI do Ponto como Herácles. Mármore, Século I actualmente no Museu do Lovre

Pompeu "O Grande" no Ponto

Pompeu não regressou a Roma no fim desta campanha naval.
Utilizando até ao limite legal o imperium proconsular que lhe havia sido renitentemente concedido, dirigiu-se à província da Ásia, onde aliviou Lucius Licinius Lucullus do comando contra Mitrídates VI do Ponto, responsável por mais de vinte anos de problemas na região. Pompeu permaneceu na área por cinco anos e, em 61 a.C., colocou um ponto final nas guerras mitridáticas.

Pompeu "O Grande"

Os piratas e a Ásia Menor

Em 67 a.C., dois anos depois do seu mandato de cônsul, Pompeu foi nomeado comandante de uma frota especial, e responsável supremo por uma campanha destinada a combater o problema da pirataria no Mar Mediterrâneo.
A nomeação, como quase tudo o resto na sua vida, esteve rodeada de polémica.
A facção conservadora detestava-o pelo constante ataque às tradições e pela sua ascendência pouco notável. Tentaram por todos os meios legais impedir este comando, até que um tribuno aliado de Pompeu levou o assunto à Assembléia do Povo. No seu círculo de apoiantes, Pompeu encontrou um apoio esmagador. Para desgosto dos seus adversários, o general levou apenas alguns meses a eliminar os principais núcleos de piratas e garantir a segurança das rotas comerciais entre a Itália, África e Ásia Menor.
A rapidez e sucesso desta Guerra dos Piratas mostrou que era também um almirante dotado e detinha fortes capacidades de organização e logística.

Marco Licínio Crasso

sábado, 15 de novembro de 2008

Pompeu "O Grande"

No regresso a Itália em 71 a.C., Pompeu utilizou as suas legiões veteranas da guerra na Hispânia para auxiliar Marco Licínio Crasso na sua luta contra a revolta dos escravos liderada por Espártaco (Spartacus).
A sua chegada provou-se decisiva para resolver o conflito e valeu-lhe o ódio de Crasso, que pretendia a glória apenas para si próprio.
Em Roma, Pompeu celebra o seu segundo triunfo ilegal, juntamente com Metelo Pio, pelas vitórias alcançadas na Península Ibérica.
No ano seguinte (70 a.C.), com apenas 35 anos, Pompeu é eleito cônsul pela primeira vez, apesar de esta eleição ser mais uma machadada nas tradições do cursus honorum. Era odiado pelo seu colega Crasso e visto com desconfiança pelo resto da classe senatorial, mas tinha o apoio dos eleitores das camadas sociais mais baixas, que o viam como herói.

Cícero

Denarius de Quintus Caecilius Metellus Pius

Pompeu "O Grande" na Hispania

Depois de celebrar um triunfo apesar de não ter nem a idade nem o status adequados, Pompeu pediu um imperium proconsular, sem nunca ter sido cônsul, para fazer frente a Sertório, o último apoiante de Caio Mário ainda no activo.
O pedido foi concedido e, juntamente com Quinto Cecílio Metelo Pio, dirigiu-se à Hispânia. Esta campanha marcou uma nova fase na carreira militar de Pompeu. Até então, estava acostumado a vitórias relativamente fáceis frente a inimigos desmoralizados e/ou desorganizados.
Sertório era um general talentoso, a jogar no seu próprio terreno e com um talento especial para a guerrilha. Era portanto um inimigo à altura de qualquer adversário, o que é comprovado pela longa duração da campanha, de 76 a 71 a.C..
Pompeu e Metelo Pio conseguiram uma vitória apenas devido ao assassinato de Sertório numa conspiração organizada pelos seus próprios homens.

Pompeu "O Grande"

Sicília e África

Embora sendo um privatus devido à idade, Pompeu manteve os seus comandos sob a administração de Sulla e revelou-se um general talentoso.
O ditador confiava nos seus instintos e enviou-o em perseguição dos apoiantes de Marius, entrincheirados nas províncias da Sicília e África.

Pompeu varreu a ilha com as suas legiões, acabando com a resistência, mas ao mesmo tempo provocando desagrado das populações locais, que responderam com queixas. Não me falem em leis, nós estamos armados! foi a sua célebre resposta.
Em África obteve igual sucesso e no fim da campanha foi aclamado imperator pelas suas fiéis tropas.
De acordo com a tradição, Pompeu requereu ao senado o direito de celebrar uma parada triunfal, apesar de não ter estatuto consular, nem sequer senatorial. Os senadores recusaram o pedido do que consideravam um miúdo nem sequer oriundo de boas famílias, mas Pompeu estacionou as tropas à saída de Roma, recusando-se a conceder-lhes licença enquanto o seu desejo não fosse concedido. O ditador Sulla acabou por intervir e conceder-lhe o triunfo, mais para fazer a vontade ao genro que por medo.
É também nesta altura que Pompeu adquire o cognome Magnus, "o Grande", que segundo uma das versões foi atribuído pelo próprio Sulla com uma certa dose de sarcasmo.

Pompeu "O Grande"

Os Primeiros anos

Pompeu era o único filho e herdeiro de Cneu Pompeu Estrabão, um proprietário muito rico da zona de Picenum, na Itália, chefe de um ramo da família Pompeia, tradicionalmente rural.
Aos olhos da elite aristocrática de Roma, estes antecedentes não eram bem vistos. Não obstante, dada a sua riqueza, Estrabão progrediu na vida política e foi o primeiro senador da família, eleito cônsul em 89 a.C., no meio da crise política da Guerra Social.
Pompeu cresceu portanto junto do seu pai nos acampamentos militares, envolvido em questões políticas desde a adolescência. De acordo com Plutarco, Pompeu era um jovem de fácil trato, popular e com bastantes amigos da sua idade, entre os quais o futuro escritor Cícero.

Estrabão morreu por volta de 87 a.C., no meio da guerra civil entre a facção populista de Caio Mário e os conservadores de Lúcio Cornélio Sula, deixando Pompeu no controle dos seus negócios e fortuna. Apesar da sua juventude, Pompeu não hesitou em tomar um partido e aliou-se a Sula no seu regresso à Itália depois do fim da primeira guerra mitridática em 83 a.C.. Com a sua posição longe de estar assegurada, Sulla não desdenhou a ajuda oferecida pelo rapaz de 23 anos, líder de três legiões picentinas veteranas, oriundas da província que controlava quase como rei. Esta aliança projectou a carreira política de Pompeu.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Moedas de Pompeu

Esta moeda é particularmente interessante. Trata-se de um "pseudo" As Republicano de Sextus Pompeius, filho de Pompeu Magno, com o Deus Janus com as feições de Pompeius Magnus.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Algumas Moedas de Pompeu


Pompeu

Rio Letes


Descobri recentemente a existência desta bela tapeçaria de Almada Negreiros referente a uma bem conhecida passagem de Estrabão.
A travessia do rio Letes (possivelmente o actual rio Lima) pelo General Décimo Júnio Bruto.
A quem interessae ela conserva-se na Sala de Estar da Pousada de Santa Luzia em Viana do Castelo.

Sula

Recorde-se que nesta altura, era considerado sacrilégio para um exército atravessar o pomerium, a fronteira simbólica da cidade.
Talvez devido ao efeito surpresa, Sula conquistou Roma e conseguiu assegurar o seu comando. No ano seguinte, partiu para o Oriente e deixou Roma nas mãos de dois cônsules, um aristocrata, Cneu Otávio e um plebeu, Cornélio Cina, que após sua partida, guerrearam entre si, criando uma guerra civil, que fez com que Mário voltasse da África, onde se refugiara, a Roma e se unisse a Cina. Os revoltosos de Cina pilharam e saquearam a cidade em demasia, obrigando-o a restabelecer a ordem por meio de um exército de gauleses, morrendo Mário nesta revolta.

Aparentemente indiferente à devastação política que se vivia em Roma, Sula arrecadou inúmeras vitórias contra Mitrídates, que se aliara a Atenas. Em 82 a.C. regressa a Itália para encontrar um exército à sua espera. Na breve guerra civil que se seguiu, a qualidade dos veteranos das suas legiões provou ser decisiva. Sula invade Roma uma vez mais e em 81 a.C. com a batalha da Porta Colina torna-se ditador romano vitalício. Com essa vitória, ele foi homenageado pelo povo com a construção de uma estátua de bronze e ainda instituiu no calendário, mais uma festa, a da vitória de Sula.

Com Roma na bancarrota, Sula recorreu à proscrição dos seus inimigos políticos para arranjar os fundos necessários às reformas que pretendia realizar.

Estas centraram-se essencialmente na concentração do poder no senado e na limitação da actividade legislativa da Assembleia do Povo. Sula foi essencialmente um conservador que se dedicou a eliminar todas as medidas progressistas tomadas nos últimos anos, valorizando a tradição do mos maiorum.
Ele perseguiu e matou diversos seguidores de Mário, até mesmo expulsou um grande jovem, sobrinho de Mário (por parte de sua esposa), chamado, Caio Júlio César, que se tornaria um dos maiores nomes da história de Roma.

Em 79 a.C., no pico do seu poder, Sulla toma a decisão de abdicar de todos os seus cargos e de se retirar da vida política. Com o objectivo de escrever as suas memórias, das quais sobrevivem alguns excertos, exilou-se na sua villa acompanhado por dançarinos, prostitutas e o seu amante Metróbio. Foi nesta companhia que morreu provavelmente de cirrose, no ano seguinte. Durante os anos subsequentes da República Romana, seu nome sempre foi lembrado como o primeiro transgressor das leis sagradas da República.

Sula

Personagem controverso da Roma Republicana. Sula nasceu numa família empobrecida da aristocracia romana, os patrícios Cornelii. Os seus primeiros anos foram passados na obscuridade e só conseguiu fundos para ingressar no Senado Romano, através de duas heranças, que Plutarco na sua biografia considera suspeitas. Sulla foi questor ao serviço de Caio Mário na campanha da Numídia e destacou-se sobre o seu comando ao capturar o rei Jugurta.
Sulla continuou sob o comando de Mário na campanha contra as tribos germânicas que terminou com sucesso em 101 a.C..
Em 99 a.C., ele tenta ser eleito pretor, mas não consegue, se elegendo então edil, durante este mandato, realizou as primeiras lutas de leões nos anfiteatros de Roma, ganhando prestígio. Com a sua sorte mudada, em 94 a.C. é eleito pretor urbano e subsequentemente governador da Cilícia na Ásia. No regresso a Roma, distingue-se como general nas Guerras Sociais (91 - 88 a.C.) e é eleito cônsul no fim deste conflito, graças às vitórias alcançadas.

Durante o consulado, Sula obteve o comando principal na guerra contra Mitrídates VI do Ponto, que acabava de começar. Mas o seu antigo aliado Caio Mário manobrou politicamente e retirou-lhe o comando através do suborno de um tribuno da plebe. Sula não se deixou ficar e tomou a decisão de invadir Roma com o seu exército.